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Delegado deve pedir prorrogação das investigações sobre morte de enfermeira durante blitz policial no AC

ByEdnardo

jan 16, 2024
Géssica Oliveira morreu após ser baleada pelo Gefron durante perseguição policial na BR-317 em dezembro do ano passado — Foto: Arquivo pessoal

Géssica Oliveira morreu após ser baleada pelo Gefron durante perseguição policial na BR-317 em dezembro do ano passado — Foto: Arquivo pessoal

Após mais de um mês, as investigações sobre a morte da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, ainda não foram concluídas. O delegado Rômulo Barros confirmou ao g1 que vai pedir prorrogação do prazo à Justiça, mas que o inquérito não deve demorar para ser concluído.

Barros investiga se o caso se trata de um homicídio. Géssica foi morta a tiros durante uma perseguição policial na BR-317, interior do estado.

Os sargentos da Polícia Militar (PM-AC) Gleyson Costa de Souza e Cleonizio Marques Vilas Boas tiveram um pedido de soltura negado pela Justiça do Acre. Eles estão presos desde o último dia 2 de dezembro pela morte da enfermeira morta a tiros durante uma perseguição policial.

Ela teve um pulmão e o estômago atingidos por dois tiros disparados pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron). Os sargentos foram presos pela Polícia Militar pela morte da mulher.

“Vou concluir o mais breve possível. Encaminharei hoje [segunda-feira,15] o pedido de prorrogação. Ouvi mais de 20 pessoas, entre parentes, os policiais e outros envolvidos. Foram solicitadas várias perícias e oitivas. Assim que tiver concluído, encaminharei ao Judiciário”

O advogado dos policiais, Matheus Moura, explicou que a desembargadora Denise Bomfim negou apenas a liminar do habeas corpus e agora aguarda o julgamento do mérito. “O mérito do habeas corpus será julgado logo quando o Judiciário retornar. Vamos aguardar o resultado das perícias”, resumiu.

A arma achada próximo ao carro de Géssica, que é de uso restrito das forças de segurança, também passou por perícia. Contudo, o delegado afirmou que só irá dizer o resultado dos trabalhos após a conclusão do inquérito.

“Colhemos várias informações, tanto no dia dos fatos, quanto antes e com a conclusão dos trabalhos fica mais fácil falar. A linha de investigação é se houve ou não homicídio”, resumi.

Em dezembro, os sargentos da PM-AC tiveram um pedido de soltura negado pela Justiça do Acre. Eles seguem presos no Batalhão Ambiental, em Rio Branco. A defesa espera a Justiça pautar o julgamento do mérito do pedido, que deve ser entre o final de janeiro e início de fevereiro.

O que diz a polícia

 

A coordenação do Gefron informou que um policial da equipe viu a motorista com uma arma nas mãos e atirou em direção ao carro na tentativa de pará-lo. Após os disparos, no quilômetro 102, nas proximidades da entrada do Ramal da Alcoolbrás, a enfermeira perdeu o controle do veículo, entrou em uma área de mata e bateu o carro em uma cerca.

Em nota, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) disse que foram efetuados cinco disparos em direção ao veículo. Contudo, a família afirma que havia mais de dez perfurações no veículo. O carro foi retirado do local em cima de guincho e, conforme a família, levado para a PRF-AC.

Géssica tinha depressão e, possivelmente, teve um surto no sábado e saiu dirigindo em direção ao interior do estado. Após a morte, a polícia diz que achou uma pistola 9 milímetros jogada próximo ao local onde o carro parou. A arma é de uso restrito das forças armadas.

Imagens mostram início da perseguição à enfermeira que morreu baleada pela polícia no Acre

 

https://g1.globo.com/ac/acre/video/imagens-mostram-inicio-da-perseguicao-a-enfermeira-que-morreu-baleada-pela-policia-no-acre-12164844.ghtml

A família contesta a versão apresentada e diz que a enfermeira não tinha arma de fogo. Dois militares, que estavam na ação foram presos em flagrante e, no dia 4 de dezembro, a Justiça decretou a prisão preventiva dos policiais durante audiência de custódia. O Ministério Público Estadual (MP-AC) pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva.

MP-AC também instaurou, de ofício, um procedimento investigatório criminal para apurar possível crime de homicídio doloso que teria sido praticado pelos militares. A investigação ocorre independentemente da apuração anunciada pela Corregedoria da Polícia Militar do Acre e pela Polícia Civil.

Policial investigado

 

Um dos militares envolvidos na morte da enfermeira, o sargento Cleonizio Vilas Boas, foi denunciado por homicídio contra o adolescente Álvaro Praxedes Santana, ocorrido no dia 1º de outubro de 2020, em Brasileia, interior do Acre. No entanto, por falta de provas suficientes, a Justiça arquivou o processo.

Na época, além do adolescente, um outro rapaz morreu em um confronto com Grupo Especial de Fronteira do Acre (Gefron), no município de Brasileia. Outros dois ficaram feridos. A polícia informou naquele ano que o grupo atuava com pichações e na tomada de território, fazia ameaças e disparos de arma de fogo.

FONTE: G1ACRE

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