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coluna: Chapolin Colorado no caminho de Gladson Cameli

ByEdnardo

dez 26, 2021

Saída

Os bastidores políticos fervem com a possibilidade de um acordo entre Gladson Cameli (PP) e Jorge Viana (PT), nos moldes do que foi feito em 1998, com o tio de Gladson, Orleir Cameli. Na época Orleir acossado por escândalos  que envolviam  a apreensão de um avião 727 com contrabando no aeroporto de Cumbica (SP), em 1995, acusações de apropriação indébita sobre 60 mil de convênio entre o governo do estado e a prefeitura de Cruzeiro do Sul que foi parar na conta de Orleir Cameli, além do escândalo dos 4 CPFs e exploração madeireira em terra indígena entre outros, desistiu de concorrer à reeleição, o que levou Jorge Viana ao poder. Nunca foi provado o acordo entre Orleir e o PT, mas o certo é que não faltou dinheiro para a campanha do PT, e as denúncias contra Orleir não prosperaram com Jorge Viana no governo.

…pelo PT

No atual momento, nos bastidores políticos, fala-se num novo acordo entre os Cameli e o PT. Jorge Viana socorreria Gladson Cameli tanto em Brasília como no Acre, evitando ações penais e em troca Gladson desistiria da reeleição em favor de Viana. Dizem que uma reunião entre os dois está marcada para a próxima semana em Brasília. Vendo o peixe pelo preço que comprei, mas não posso evitar as ligações: Jorge Viana foi convidado por Gilmar Mendes para ser professor na faculdade do ministro do STF. Viana que protestou indignado contra a pintura dos pórticos do Parque da Maternidade, não disse um ai sobre o que é considerado pelos demais como “o maior escândalo da história do Acre”. O silêncio é muito estranho porque nunca antes as viaturas da Polícia Federal trancaram as entradas do Palácio Rio Branco. Nenhum governador teve a Polícia Federal vasculhando a sua residência e a Casa Civil. Nenhum governador no exercício da função teve seus sigilos, bancário, fiscal e telefônico quebrados, bens sequestrados para possível reparação ao erário público e a primeira dama proibida de se aproximar de órgãos de governo. Pode até não ser, mas se Gladson decidir se candidatar ao senado é hora de começar a levar a sério as chamadas possibilidades improváveis.

Repetição

A situação de Gladson se assemelha muito ao fim do governo do tio dele. Orleir perdeu a base de apoio. Os próprios deputados da base de sustentação dele trabalhavam um impeachment. Teve reunião para tratar disso em casa de deputado da base e na casa do vice de Orleir . Apenas Osmir Lima permaneceu fiel. Mas uma guerra não se ganha com apenas um soldado. Teria sido nesse momento que o PT teria apresentado a salvação. Não teve nem o impeachment. Gladson brigou com quase todos os que o apoiaram na campanha de 2018 e possui uma base frágil na Assembleia Legislativa. Em vez de um Osmir, tem acusações muito mais pesadas que o tio. Desconfiado de Márcio Bittar por trás das operações policiais resolveu atacar o senador. De ataque em ataque vai se perdendo. A dúvida é: Jorge Viana vai encarnar o Chapolin Colorado? Até os que não são fãs do programa estão ligados na telinha.

Grave

Dá para entender o nervosismo do governador Gladson Cameli. A situação dele é muito grave. Ele é o alvo das investigações determinadas pelo STJ. Gladson Cameli que declarou um patrimônio de R$ 2,9 milhões ao TRE por ocasião do registro da candidatura dele no TRE, três anos depois já totalizaria um patrimônio de R$ 5,8 milhões em 2021. O patrimônio do governador do Acre teria crescido em média R$ 1 milhão em cada ano de governo. Um aumento patrimonial de mais de 800%, desde a eleição. Só nos 8 primeiros meses do governo a conta do pai do governador teria movimentado  mais de R$ 420 milhões. Tendo passado de R$107  mil em janeiro de 2019 para R$ 420 milhões em  agosto do mesmo ano. Só de cartão de crédito Gladson gastaria em média R$ 68 mil por mês. Quase o dobro do salário de governador só com cartão de crédito. O salário de governador é de R$ 35,4 mil. Logo no primeiro do mandato de governador, Gladson teria adquirido 4 veículos de luxo em 8 meses. Um carro de luxo a cada dois meses. Fonte fidedigna garante que todas essas movimentações foram descobertas pela Polícia Federal.

Muito grave

Pode-se dizer que Gladson Cameli é apontado  pela Polícia Federal como suposto integrante de uma organização criminosa que atua nas áreas da saúde e obras públicas, com o recebimento de vantagens indevidas para o direcionamento de certames, formalização de contratos superfaturados e atestando o recebimento de mercadorias que nunca chegaram, ou chegaram em número insuficiente de acordo com o pagamento efetuado. Segundo a mesma fonte, Gladson é apresentado no inquérito como  líder de uma organização criminosa e principal beneficiário dos recursos desviados e lavagem de dinheiro. Cerca de 20 operações  financeiras suspeitas que totalizariam R$ 800 milhões,  teriam Gladson Cameli  como titular envolvido.  A responsável pelo processo que investiga o governador do Acre é a Ministra do STJ Nancy Andrighi, considerada linha dura. Aliás, o STJ não tem aliviado. Em outubro deste ano, o Supremo Tribunal de Justiça afastou Mauro Carlese do governo do Tocantins quando constatou elementos probatórios  e indícios  robustos de uma suposta existência de organização criminosa  liderada pelo governador.

Gravíssimo

Em seu primeiro ano de governo, no 5º mês de governo para ser mais exata, Gladson Cameli criou uma  holding que tem como sócios, ele próprio, a esposa e o filho de 6 anos de idade. Essa holding, segundo quem teve acesso ao inquérito, é considerada uma empresa de fachada que já movimentou mais de R$ 6 milhões. A holding aberta com capital social de R$ 100 mil, tem um patrimônio que só em veículos supera seu capital  social e esteve envolvida na tentativa de comprar imóvel de luxo orçado em mais de R$ 5 milhões. A holding está com os bens bloqueados e o nome dos três sócios, inclusive o da criança, citados no inquérito. Segundo a fonte, este foi o detalhe que mais chamou a atenção e provocou a mais alta sensação de rejeição pela exposição de uma criança de tenra idade.

Estrela

Rudilei Estrela é considerado o operador financeiro dessa suposta organização criminosa. Ele também operou no esquema de compra de alcool em gel superfaturado pela Secretaria Municipal de Saúde investigada na Operação Assepsia, que derrubou Oteniel Almeida do cargo de Secretário Municipal de Saúde. Segundo alguns teria sido a Operação Assepsia que teria conduzido à Operação Ptolomeu, embora o trabalho de investigação tenha retroagido a 2015 quando Gladson Cameli foi citado na Operação Lava-Jato, como um dos 32 políticos do PP que participavam de um esquema de corrupção da Petrobras. Cameli que era senador teve a abertura de inquérito autorizada pelo ministro do STF, Teori Zavascki. O ministro morreu em um acidente de helicóptero em 19 de janeiro de 2017 e em setembro do mesmo ano o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro do STF, Edson Fachin, a retirada do nome do senador Gladson Cameli e de outros políticos do PP  das investigações da Operação Lava Jato. Gladson comemorou a decisão com um discurso no Senado no qual afirmou ” um homem público deve provar e comprovar constantemente a lisura dos seus atos”.

…cadente

De acordo com informações a Polícia Federal dispõe de elementos concretos de suposta prática de lavagem de dinheiro que teria sido praticada pelo governador do Acre por meio da ocultação e dissimulação da origem, localização, propriedade e movimentação dos bens dos valores provenientes direta ou indiretamente de infração penal de corrupção. Teriam sido detectados depósitos  fracionados nas contas do governador que em um ano teria movimentado mais de R$ 3 milhões. A existência de uma suposta organização criminosa no âmbito do estado do Acre, composta por núcleos políticos, operacionais, familiares e empresariais com suspostos pagamentos e recebimentos de vantagens indevidas em contratações públicas cujo principal beneficiario seria o governador Gladson Cameli, teriam indícios robustos de  lavagem de dinheiro produto de delitos. O escândalo faz  a Conta Flávio Nogueira e Operação G7 parecerem histórias da Disney. Aguardemos os resultados.

Pingos nos is

Em resumo, o governador do Acre passa por uma investigação criminal por lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa com indícios de autoria e materialidade. Acusações de corrupção ativa e passiva ligadas ao sistema de Saúde e nos contratos de obras e serviços e engenharia com indícios que os recursos públicos irrigam enriquecimento ilícito. O governador está proibido de manter contato com os outros investigados que por sua vez estão impedidos de frequentar órgãos públicos nos quais trabalham assim como o Palácio do Governo, Secretarias, Controladoria Geral do Estado, Gabinete Militar e Representação do Acre em Brasília.

Bom dia governador Gladson Cameli, vossa excelência que exonerou várias pessoas de confiança nos últimos dias, esqueceu de exonerar seu tio Anderson Lima do cargo de Secretário? Como vai mante-lo se ele está proibido de entrar na Seict?

Fonte: AcreinFoco

By Ednardo

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