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Secretária de Saúde acusa vereador de agressão após pedir que ele colocasse máscara em hospital no interior do AC

ByEdnardo

jan 4, 2022

Ana Flávia, que também é primeira-dama de Porto Walter, disse que levou tapas e teve uma arma de fogo apontada em sua direção pelo vereador e policial civil, José Francisco Da Cruz. Caso ocorreu nesse domingo (2) no hospital da cidade.


Secretária de Saúde acusa vereador de agressão após pedir que ele colocasse máscara em hospital no interior do AC — Foto: Arquivo pessoal

Secretária de Saúde acusa vereador de agressão após pedir que ele colocasse máscara em hospital no interior do AC — Foto: Arquivo pessoal

A secretária de Saúde do município de Porto Walter, Ana Flávia, denunciou que sofreu agressões físicas por parte do vereador e policial civil José Francisco Da Cruz (PROS) após pedir que ele colocasse a máscara dentro do hospital da cidade. O caso ocorreu na noite desse domingo (2).

Ana Flávia conta que foi chamada na unidade mista de saúde à noite para acompanhar o caso de uma mulher que estava em situação complicada de saúde e precisava de transferência por TFD. Ela foi acompanhada do marido Cesar Andrade, que é o prefeito da cidade, do filho de 2 anos e de uma prima de 13 anos, que ficaram no carro.

Ao g1, o vereador nega que tenha agredido a primeira dama da cidade. Diz que foi insultado, no exercício da profissão de policial civil, por ela e agredido pelo prefeito da cidade, que, segundo ele, roubou seu telefone. Ele diz ainda que as marcas em Ana Flávia foram causadas enquanto ele tentava se defender das agressões do casal.

Em seguida, como uma medicação estava em falta na unidade mista de saúde, que é estadual, a secretária foi buscar o remédio na farmácia do município para emprestar e, ao retornar, encontrou com o vereador dentro do hospital sem máscara. Foi então que ela o alertou para o uso do EPI e ele se alterou.

“O vereador estava sem máscara e eu disse: ‘vereador, meu amigo, a máscara’. Ele olhou para mim e falou: ‘a senhora manda lá na sua secretaria, aqui no estado a senhora não manda’. E eu disse que ele era um cara da lei, um vereador e policial civil. Aí, virei as costas, fui embora para o carro e ele veio atrás de mim. Quando cheguei do lado de fora do hospital, ele ficou pedindo que eu repetisse o que eu tinha dito, pegou o telefone dele e começou a gravar. Ele me bateu com tapas e puxou a arma, estou cheia de marcas no meu pescoço. Depois as pessoas tiraram ele de perto. Fui agredida verbalmente e fisicamente”, acusou.

Após as agressões, a secretária e primeira-dama do município fez o exame de corpo delito e registrou um boletim de ocorrência. Ela afirmou ainda que teve dificuldades para prestar a queixa contra o vereador, que também é policial.

“Prestei queixa na delegacia, onde fui maltratada por conta dos policiais serem todos amigos dele. Não queriam fazer o registro de jeito nenhum, fiquei quase duas horas esperando. Foi um pavor que eu passei, meu filho viu tudo, fica todo tempo me chamando agora, porque ele viu o cara apontando a arma pra mãe dele, um policial, um vereador, que era pra dar exemplo. Foi um terror que eu passei ali”, desabafou.

O delegado da cidade, Rafael Távora, informou que a investigação dos fatos vai ser feita com “completa imparcialidade” e que ainda nesta segunda-feira (3) deve ouvir todos envolvidos.

Policial Da Cruz mostra os ferimentos que, segundo ele, foram causados pelas agressões da primeira dama e prefeito da cidade  — Foto: Arquivo pessoal

Policial Da Cruz mostra os ferimentos que, segundo ele, foram causados pelas agressões da primeira dama e prefeito da cidade — Foto: Arquivo pessoal

O que diz o policial

Já a versão do vereador e policial é outra. Ele conta que estava de sobreaviso na delegacia da cidade, quando foi até o hospital pegar uma medicação para tentar acalmar um preso que estava bastante agitado e havia quebrado a cela da delegacia.

“À tarde eu liguei para o hospital para saber se tinha como a gente pegar uma medicação para acalmá-lo e mandaram eu ir à noite. Então, por volta das 19h30 cheguei na recepção e pedi para que chamassem um enfermeiro, já que eu estava sem máscara. Mas, mandaram eu entrar e ir até à sala. Foi quando ouvi a primeira, que não gosta de mim pessoalmente, dizer que estava bagunçado e todo mundo entrava sem máscara. Eu disse que ali não era o local de trabalho dela para estar se intrometendo. Então, ela me chamou de babaca e vagabundo”, conta.

Depois disso, o policial conta que ela saiu em direção ao carro onde estava o marido, que é prefeito da cidade. Da Cruz conta que chegou a falar com o gestor para que ele interferisse, mas ele teria dito que o problema era entre o vereador e a mulher. A primeira dama, ainda segundo ele, recebeu voz de prisão duas vezes.

“Então peguei o telefone e liguei minha câmera para gravar e pedi que ela repetisse as ofensas que ela tinha falado. Foi quando o prefeito me agrediu, me empurrou e roubou o telefone da minha mão. Nessa hora, a secretária partiu para cima de mim, segurou minha cara e rasgou ela toda. Tenho escoriações na orelha, no ombro e aquele hematoma que ela mostrou deve ter sido eu, com minha mão afastando ela para cima de mim”, diz.

Vereador da Cruz também é policial civil em Porto Walter  — Foto: Arquivo pessoal

Vereador da Cruz também é policial civil em Porto Walter — Foto: Arquivo pessoal

O policial diz ainda que sacou realmente a arma, mas que em nenhum momento a apontou para a primeira dama. Ele conta que foi uma forma de se defender.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Nessa hora que ele tomou meu telefone, para eu me resguardar, porque vi outra pessoa se aproximando, saquei minha arma e deixei apontada para o chão, quando se afastaram coloquei no coldre. Não apontei arma para ela.”

O policial e vereador disse ainda que registrou um boletim de ocorrência e que até agora não conseguiu recuperar o celular. Além do registro policial, Da Cruz disse que deve entrar com um processo, porque está tendo prejuízos profissionais por ter ficado sem telefone.

“Na realidade, eles acham que são donos da cidade. Eu sou adversário político dele, mas na hora eu estava no exercício da minha profissão, tanto que passei o dia fazendo um flagrante”, finaliza

fonte: g1acre

By Ednardo