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Ainda na UTI, menino em tratamento contra meningite já conversou com a mãe e disse que queria ir para casa

ByEdnardo

dez 4, 2022


Davi Lucca apresenta melhoras no quadro clínico — Foto: Arquivo/Sesacre

Davi Lucca apresenta melhoras no quadro clínico — Foto: Arquivo/Sesacre

O menino Davi Lucca Guimarães Torres, de 9 anos, internado com meningite bacteriana desde o último 26, continua apresentando melhoras no quadro clínico. Ele permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança, que funciona atualmente no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), mas já conseguiu se comunicar com a família e pediu para ir para casa.

“Segue na UTI esperando uma avaliação da neurologista. Os exames estão apresentando melhoras, mas ele ainda está muito sonolento e precisamos esperar o processo. [Disse] que estava com saudades e que queria ir pra casa”, contou a mãe da criança, Bruna Ketlhen Barbosa, ao g1 neste domingo (4).

A criança deu entrada no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) no último sábado (26), fez o exame, que confirmou o diagnóstico de meningite bacteriana. Agora, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre) aguarda o resultado de mais um exame para tentar identificar a bactéria causadora do quadro clínico de meningite.

No último dia 30, a mãe de Davi afirmou que ele estava com a carteira de vacinação completa e que não fazia ideia de como ele poderia ter contraído a doença. Segundo ela, nenhum outro parente ou conhecido apresentou sintomas da doença.

“Não faço ideia de como isso aconteceu, ninguém que teve contato com ele teve sintomas. O Davi está totalmente vacinado, o quadro dele de vacinas está completo. Só falta tomar vacina de 11 anos, porque ainda está com 9 anos. A gente não tem nem noção de onde ele se contaminou”, afirmou Bruna.

Meningite

 

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela é causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus e fungos).

Este ano, o Acre registra 67 casos suspeitos de meningites, segundo boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (1) pela Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, 13 casos foram confirmados no estado entre janeiro e esta quinta.

Desde janeiro, quatro pessoas morreram por conta da doença, sendo um óbito por meningite fúngica e 3 por meningite viral. Os dados apontam que a taxa de letalidade, em 2022, para todas as meningites é de 30,7%.

A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.

A meningite tem uma alta taxa de mortalidade e sequelas, como surdez, perda dos movimentos e danos ao sistema nervoso. As crianças são a faixa etária mais atingida, e os pacientes devem ter um acompanhamento por pelo menos seis meses depois da doença.

A doença é transmitida quando pequenas gotas de saliva da pessoa infectada entram em contato com as mucosas do nariz ou da boca de um indivíduo saudável.

Sintomas e diagnóstico

 

Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, febre e confusão mental. Nem sempre há rigidez na nuca, e o teste não pode ser feito por um leigo apenas ao baixar a cabeça – só um médico pode avaliar o quadro corretamente.

O diagnóstico “padrão ouro” ocorre pelo exame do líquor, líquido que banha o sistema nervoso. A cor do líquor já indica se a meningite é por bactéria ou vírus.

Baixa cobertura vacinal

 

A Saúde estadual alerta que o motivo do avanço nos casos e óbitos da doença é a queda do índice de vacinação, principal meio de prevenção e que chega a combater 90% das formas mais graves da doença.

No Acre, as taxas de cobertura vacinal contra a enfermidade, principalmente nas modalidades meningocócicas, estão abaixo das recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS).

As vacinas contra a meningite bacteriana são consideradas as medidas mais eficazes e seguras para evitar quadros mais graves da doença, que produzem sequelas como amputações, surdez, cicatrizes ou morte.

A vacina disponível na rede pública protege contra o tipo C da doença e é ofertada ao público prioritário: crianças menores de cinco anos de idade, adolescentes de 11 e 12 anos e pessoas com comorbidade. A cobertura para a vacina meningocócica C (conjugada) no ano de 2021 foi de 69,81% em crianças. Já de janeiro a setembro de 2022, a cobertura está em 67,83%, sendo que o preconizado pelo MS é 95%.

fonte: g1acre

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