Mais de 10,2 mil crianças foram assassinadas ou mutiladas no Iêmen durante o conflito que atinge o país desde 2014 e que recrutou quase 3,5 mil menores como combatentes. Os confrontos, que envolve os rebeldes houthis, o governo do país e a coalizão liderada pela Arábia Saudita, entrou no oitavo ano e adotou um novo plano de ação para proteger as crianças.
No início deste mês, as partes declararam uma trégua, que facilitou a assinatura de um novo plano de ação encabeçado pela ONU (Organização das Nações Unidas). O documento foi firmado entre os rebeldes houthis e o Escritório da representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado, Virginia Gamba.
Ao assinar como testemunha, Gamba pediu aos houthis que concedam acesso a todos os agentes humanitários para as comunidades afetadas pelo conflito.
Ao assinar o plano de ação, os rebeldes houthis, que se denominam Ansar Allah, se comprometem a terminar com o recrutamento de menores para reforçar as fileiras do conflito armado. Eles também têm que prevenir a morte e mutilação de crianças, ataques a escola e hospitais e outras graves violações.
Virginia Gamba elogiou os esforços de todas as partes no conflito do Iêmen para evitar as violações e disse que o novo plano de ação é um passo na direção certa.
Pelo documento, as partes se comprometem a identificar e libertar crianças que estejam em combate dentro de seis meses, oferecendo ainda programas de reintegração delas à sociedade.
Para a represente especial, a parte mais difícil começa agora na implementação do plano e na criação de ações concretas para melhorar a proteção dos menores.
Gamba defende que a proteção e as necessidades das crianças devem ser o centro das negociações de paz.