Família precisou internar o jovem Gustavo Ferreira em um hospital particular por causa do colapso no sistema de saúde no estado que começou em março deste ano. Ele chegou a esperar por vaga na UTI por quase uma semana.
Gustavo Lima Ferreira, de 22 anos, morreu no dia 23 de março — Foto: Arquivo da famíliahttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Os familiares do jovem Gustavo Lima Ferreira, de 22 anos, estão unidos em um propósito de ajudar os pais dele a pagar a dívida do hospital onde ele ficou internado por 9 dias na Unidade de Terapia Intensiva, em Rio Branco, em tratamento contra a Covid-19, em março deste ano. A dívida é de R$ 219 mil.
Ferreira era recém formado em direito e se preparava para entrar no mercado de trabalho. Ele morreu no dia 23 de março, após lutar contra a doença por mais de duas semanas. Ele ficou doente no período em que o Acre enfrentava o colapso no sistema de saúde e ele não conseguiu uma vaga pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e quando surgiu uma vaga, a família internou ele em hospital particular.
“Não tinha vaga disponível em nenhuma unidade, nem na pública, nem na privada. E o que aconteceu? Depois que o quadro dele estava muito agravado, surgiu uma vaga no Santa Juliana e com o desespero do momento e a internação de urgência, ele foi internado no hospital particular pela situação”, contou o primo dele, Vitor Vasconcelos, que criou uma vaquinha virtual para ajudar os tios com a dívida.
Ainda abalados pela perda do filho, os pais preferiram não gravar entrevista. Vitor encabeça uma campanha para ajudar “quem não venceu a Covid”, em sua rede social. Onde eles também organizam uma rifa para arrecadar a quantia para ajudar os pais que perdem o único filho.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Campanha
Há quase dois meses da morte de Ferreira, os pais dele receberam a conta na última semana. Foi então que Vasconcelos tomou a iniciativa de fazer a vaquinha. Ele relembra que teve Covid na mesma época que o primo e, mesmo no momento difícil, o tio ainda se preocupava com ele e ficou comovido.
“Meu tio, mesmo com o filho dele na situação que estava, se preocupava comigo, e o filho dele faleceu. Hoje, faço isso porque além de ser família e ter sofrido muito pela perda dele, o meu tio foi tão humano comigo, então quis ajudar”, relembrou.
Ao decidir criar a vaquinha, ele lançou uma campanha #direoitoaoluto para popularizar o movimento para que as pessoas soubessem que não era uma fraude. E o objetivo principal é permitir que os tios vivessem o luto sem se preocupar com a dívida.
“Agora chegou a conta do hospital que está acumulada em R$ 219 mil. Então, eu preciso fazer isso. Por já conhecer o site, fui lá e fiz e depois que a gente fez, comecei a divulgar, fiz um placa saí pela cidade pedindo que as pessoas postassem. Queria dar ao meu tio o direito de viver o luto sem se preocupar com a questão financeira”, conta.
A vaquinha foi criada no início desta semana, onde já foi arrecado pouco mais de R$ 2 mil. Mas, ao todo foram arrecadados cerca de R$ 5 mil, com doações que foram feitas diretamente na conta de Vasconcelos, já que no site há um limite para cada doação, segundo explicou.
“Numa situação dessas, toda ajuda é bem-vinda. A gente recebeu transferências de R$ 1 mil e de 23 centavos de pessoas que disseram que estavam mandando tudo que tinha na conta para ajudar e quando começou, vendo que as pessoas queriam ajudar, disponibilizei a minha conta e tudo que cai, tiro o print e reposto”, explicou.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Ainda conforme Vasconcelos, a dívida que foi parcelada e a primeira parcela vence dia 10 de junho. Ele não soube informar o valor da primeira parcela.
fonte: g1 acre