Doença atinge principalmente crianças com idade até 5 anos. Informe é para que municípios redobrem a vigilância dos casos.
Saúde emite comunicado de risco sobre doença ‘mão-pé-boca’ — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Bolhas e febre alta. Estes são os principais sintomas da doença ‘mão-pé-boca’ que provoca lesões nas mãos, pés e boca, como o nome sugere. Comum entre os meses de junho a dezembro, cinco cidades do Acre estão em alerta com aumento no registro de casos.
Um comunicado de risco foi emitido pela Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), nessa quarta-feira (24), sobre o surto da doença nas cidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Xapuri, Plácido de Castro e Porto Acre.
A doença ‘mão-pé-boca’ é altamente contagiosa causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo e também podem provocar estomatites – espécie de afta que afeta a mucosa da boca.
Em entrevista à Rede Amazônica Acre, a pediatra Kátia Simone explicou sobre os sintomas da doença.
“Como o próprio nome já diz são lesões, principalmente nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e na cavidade oral tanto ao redor da boca como dentro. Lembrando que antes das lesões aparecerem surge a febre. Na maioria dos casos, a febre é o primeiro sintoma”, pontuou.
Para a doença, não há tratamento específico. Ela surge e desaparece, na maioria dos casos, entre cinco e sete dias contados a partir dos primeiros sintomas. O ideal é que, nesse período, os pais e responsáveis pelas crianças evitem levá-las à escola e a locais com grande circulação de pessoas.
A pediatra explicou ainda que por ser extremamente transmissível entre as crianças, os cuidados para prevenir são a higienização das mãos, dos objetos usados principalmente na escola e que os casos começaram a surgir devido o retorno das atividades escolares estarem retornando, após mais de um ano suspensas de forma presencial por cauda da pandemia de Covid-19.
“A particularidade é das crianças que ainda estão no desenvolvimento do seu sistema imunológico e aglomeração. Agora as escolas voltaram a funcionar, as creches, então as crianças voltaram a ficar mais próximas uma das outras e como é um vírus contagioso vai passando mesmo de criança para criança”, acrescentou.
Especialista fala sobre doença ‘mão-pé-boca’
Surto
Conforme o comunicado da Sesacre, o registro de três ou mais casos dentro de uma mesma localidade, setor ou instituição, vai ser notificado como surto. O g1 pediu levantamento dos dados à secretaria, mas foi informado que o estado não possui esse levantamento e que o comunicado emitido tem como objetivo esse controle.
“Como não é uma doença de notificação compulsória, que não possui um sistema específico de inserção desses dados, o Estado não tem esse número agora. Por isso foi elaborado o informe contendo uma espécie de formulário para que os municípios preencham e enviem à Sesacre para que consigamos ter acesso ao cenário local”, informou.
Além disso, o comunicado tem como objetivo alertar os municípios para que redobrem a vigilância dos casos.
Doença é mais comum entre os meses de junho a dezembro — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Recomendações
Alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir. Bebidas geladas como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, uma vez que podem ser ingeridos em pequenos goles.
O cuidador deve sempre lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para que adquira e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada.
g1acre