Desenho da cobra grande na escadaria da Gameleira alerta para degradação do Rio Acre — Foto: Arquivo/Beirada filmes
Com uma pintura da cobra grande na escadaria da Gameleira, em Rio Branco, às margens do Rio Acre, movimentos ativistas buscam alertar para poluição e degradação do manancial. A pintura faz parte do Manifesto dos Rios, que ocorre em 17 cidades do país, com ações de conscientização e denúncias sobre o risco de colapso hídrico no Brasil.
A iniciativa é organizada pelo Megafone Ativismo em alusão ao Dia Mundial dos Rios, celebrado neste sábado (23). Na capital acreana, o desenho da cobra grande foi feito pelas equipes do Comitê Chico Mendes, que abraçou a iniciativa para cobrar políticas públicas das autoridades que visem preservar o rio.
No domingo, último do mês de setembro, o Comitê Chico Mendes e o Movimento Jovem do Futuro, se reúnem na Gameleira para uma apresentação artística.
“A ideia é que todos pintem essa cobra, esse ser vivo que mora nas águas doces, e aqui fizemos essa cobra na Gameleira. No domingo vamos retornar lá para uma performance artística com a Brenn Souza, que vai fazer um monólogo sobre a importância do rio e também trazendo o debate sobre a segurança hídrica nacional”, explicou Vandsmile, organizadora da ação em Rio Branco.
A ativista relembrou que o Rio Acre tem atingido, cada vez mais, cotas mais baixas. Um levantamento do g1 mostra as menores cotas já registradas na capital:
“Além das secas no período de estiagem, quando é o período de cheia também há uma intensificação. Todo ano as enchentes ficam cada vez mais severas. Esse ano, em poucas horas, atingiu a cota de transbordamento e queremos causar essa reflexão não apenas na sociedade, mas também em nossos parlamentares e governantes porque a gente não vê nenhum plano de ninguém falando sobre essa mitigação das águas, das encostas”, criticou.
Ação inclui ainda colagem de cartazes em postes às margens do Rio Acre — Foto: Arquivo/Beirada filmes
Enchente
Rio Branco viveu uma situação de emergência, reconhecida pelo Governo Federal desde o dia 24 de março. Após fortes chuvas no dia anterior, pelo menos sete igarapés transbordaram na capital acreana. No mesmo dia, Rio Acre subiu cerca de cinco metros e atingiu a cota de transbordamento, que é de 14 metros.
O manancial chegou a cota de 17,72 metros na capital acreana, maior nível em oito anos.
Na época, 945 famílias com 3.041 pessoas ficaram desabrigadas por conta da cheia na capital acreana. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, 3.386 famílias com, aproximadamente, 11.174 pessoas foram desalojadas por conta da enchente, ou seja, levadas para casas de parentes ou amigos.
Pelo menos 41 bairros da zona urbana de Rio Branco foram atingidos, além 27 comunidades rurais também foram afetadas, com 6,5 mil pessoas de mais de 1,6 mil famílias.
fonte: g1acre