A diversificação é indispensável para atingir a sustentabilidade financeira das organizações
Um dos grandes desafios dos profissionais de captação de recursos é identificar as fontes de financiamento que possam atender aos objetivos da instituição para a qual atuam. Ao contrário do que possa parecer, principalmente em tempos de pandemia, há diferentes alternativas para captar recursos para o Terceiro Setor, muito além das formas tradicionais de doação.
Para que isso ocorra de forma efetiva, ressaltamos a importância de ter uma equipe capacitada para elaborar boas propostas, implantar de forma eficiente os projetos e prestar contas. A profissionalização, seja de pessoas internas, seja por meio da terceirização, é fundamental para que a instituição tenha sucesso no processo de negociação e na obtenção de recursos. Confira abaixo cinco formas de captar recursos:
1 – Editais
Ao optar pela captação de recursos por meio de editais, o profissional precisa estar atento às novas oportunidades. Aqui na ABCR há uma área exclusiva onde disponibilizamos editais que estão recebendo inscrições e propostas. Acompanhe neste link https://captadores.org.br/category/noticias/editais/
O próximo passo é não perder o prazo de inscrição. Use ferramentas como planilhas, lembretes, tabelas ou mesmo um mural com post-it para organizar as datas e não correr o risco de ficar de fora do processo seletivo. E faça o mesmo para acompanhar a divulgação dos resultados.
E vale sempre lembrar: não deixe de ler o edital completo para não infringir nenhuma regra que possa desclassificar a sua instituição e confira se o projeto atende a todos os pontos solicitados.
2 – Leis de Incentivo Fiscal
Essas leis foram estabelecidas pelo poder público para incentivar o investimento de empresas públicas e privadas, e pessoas físicas, em organizações sem fins lucrativos. Em contrapartida, os doadores são beneficiados com a redução de impostos.
As principais leis de incentivo brasileiras são:
Rouanet: incentivo à cultura e projetos culturais de diversas modalidades. (Lei Federal no 8.313/91).
Audiovisual: investimento da produção na coprodução de obras cinematográficas e audiovisuais. (Lei 8.685/93).
Esporte: estimular o desenvolvimento do esporte para promover a inclusão social, do Ministério do Esporte. (Lei Federal no 11.438/06).
Fundo Nacional da Criança e do Adolescente: para a promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Leis Federais nos 8.069/90; 9.249/95; 9.250/95; 9.532/97; 9.063/09; 12.594/12)
Fundo Nacional do Idoso: para direcionar recursos aos programas e as ações relativas ao idoso. (financiar os programas e as ações relativas ao idoso. (Lei 12.213/10).
Programa de Ação Cultural (ProAC): busca apoiar e patrocinar a divulgação e a produção artístico-culturais. (Lei Estadual no 12.268).
3 – Eventos
O setor de eventos foi fortemente afetado com a pandemia da Covid-19. As organizações que dependiam de eventos como bazares, almoços e jantares beneficentes precisaram se adaptar diante do cenário desafiador e viram que o ambiente on-line pode gerar grandes oportunidades. Prova disso, foi a explosão de lives, principalmente aquelas com atrações artísticas. Somente a live Fome de Música, que incluiu Sandy & Junior, arrecadou quase R$ 7 milhões, segundo registro feito no Monitor de Doações da Covid 19, iniciativa da ABCR. Com esses exemplos, reunimos algumas dicas para as organizações que pretendem organizar eventos on-line:
-Busque por doações e patrocínio de empresas e instituições que estejam alinhadas com essa nova realidade e elabore os projetos levando em conta as plataformas digitais e novos meios de pagamento. Use cases semelhantes à proposta desejada para mostrar a viabilidade do evento.
-Organize cursos e palestras usando ferramentas gratuitas de videoconferência como: Zoom Meetings, Skype, Google Hangouts. As doações ou ingressos podem ser recebidos via Pix, que pode gerar QR Code para ser fixado na tela no momento do evento; depósito bancários ou outros meios de pagamento.
-Lives solidárias: Acompanhamos inúmeros artistas se apresentando – principalmente no YouTube – para angariar doações. Grandes marcas patrocinaram os eventos e apoiaram diversas organizações sociais e suas causas. As contribuições do público costumam ser feitas por aplicativo e plataformas digitais de pagamento, como a PicPay.
4 – Nota Fiscal
A captação de recursos através de nota fiscal é uma fonte simples, mas exige que a empresa faça um cadastro na prefeitura ou secretaria de seu estado para ser inserida no programa, de acordo com a área de atuação. Atualmente, há 12 estados que têm programa de CPF na nota.
Em São Paulo, há o Programa da Nota Fiscal Paulista, que concede para as entidades sem fins lucrativos créditos e bilhetes para concorrer aos sorteios a partir de:
-Cupons fiscais relativos às suas aquisições próprias;
-Doação de cupons fiscais sem CPF, realizada pelos próprios consumidores a favor da entidade;
-Doação automática de cupons fiscais com CPF, cuja opção pode ser realizada pelo consumidor diretamente no sistema da Nota Fiscal Paulista.
Links para se cadastrar:
Assistência social: www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br
Defesa e Proteção Animal: www.cadastrodeentidades.sp.gov.br
Saúde: www.saude.sp.gov.br/ses
Cultura: https://www.cultura.sp.gov.br/nota-fiscal-paulista-da-cultura/
Educação: a entidade deverá protocolar sua solicitação de inclusão no Programa Nota Fiscal Paulista na Diretoria de Ensino de sua região, atendendo aos requisitos previstos na Resolução SE 73, de 22-10-2013.
5 – Captação com indivíduos (on-line ou face to face)
Divulgar a sua organização e os trabalhos realizados por ela são estratégias que não podem ficar de fora quando o objetivo é captar recursos com doadores individuais.
Captação online: Use as ferramentas de marketing digital para elaborar estratégias e trabalhar em sites e redes sociais. Busque escolher temas que ajudem o público a compreender a área de atuação de sua iniciativa. Lives com os profissionais da própria ONG e convidados criam aproximação com o público e geram engajamento.
Além disso, não tenha medo de falar das dificuldades que a organização enfrenta, principalmente em tempos de pandemia. empatia é uma ferramenta poderosa de comunicação.
Face do Face: Você deve se lembrar de grupos vestindo camisetas estampadas com a marca da organização, pedindo a sua atenção na rua para obter alguma doação. Isso é o que chamamos de captação face to face.
A pandemia afetou esse tipo de estratégia, mas talvez você já tenha sido abordado em alguma loja por um atendente ou operador de caixa te oferecendo algum produto cujo valor é destinado a uma organização sem fins lucrativos. Essa é uma alternativa que as OSCs podem incorporar em suas estratégias de captação de recursos enquanto ainda não é seguro voltar às ruas.
fonte: https://captadores.org.br