Acre é o estado com a maior taxa de feminicídio do país. Quase 60% dos crimes são praticados por companheiros ou ex das vítimas, aponta relatório.
Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher tem ato em Rio Branco: ‘temos direito à vida’ — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica Acre
O Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher é celebrado nesta quinta-feira (25) e uma ação de conscientização sobre os direitos da mulher ocorreu em Rio Branco para pedir mais políticas públicas e debate sobre os direitos das mulheres.
Concita Maia, da Comissão Executiva do Levante Feminista Nacional, disse que o ato é uma forma de chamar atenção da sociedade para que a realidade da violência contra a mulher seja mudada.
“Não é normal tirar uma vida, matar uma mãe. Isso é barbárie, violência, que toda pessoa de bem tem que se opor a isso, não adianta estar com a bíblia, no culto, na igreja e as pessoas morrendo do teu lado. Isso aqui é um levante para a gente atacar esse problema de frente, que não é só da polícia, é claro que a impunidade leva à proliferação, mas esse problema é mais grave, é mais complexo, é a teoria do patriarcado”, diz.
Emocionada, Concita diz que é preciso que todos os setores da sociedade se reúnam para começar a desconstruir alguns conceitos que acabam perpetuando que o homem tem poder sobre a vida da mulher.
“É um problema das mães que ensinam que os machos têm ser violentos. Homem é ser humano, é sensível e nós mulheres somos cidadãs de direito, nós temos o direito constitucional, temos o direito à vida. Não se pode ficar matando mulheres à torta e à direita, quero perguntar: por que você não faz nada? Aprendi desde cedo que quem cala consente e se a sociedade tá calada, se a sociedade não reclama, é porque está apoiando essa barbárie, essa chacina de mulheres”.
Ela defende também que a morte de uma mulher causa problemas ao longo prazo ao se deixar órfãos.
“Quem mata a mulher está matando a humanidade, quem mata a mulher tá matando a sociedade, porque os filhos que ficam sem mães, ficam errantes na rua e a revolta, o ódio é uma bola de neve. Por isso eu conclamo a educação fazer sua parte e a sociedade, começar com os de casa, desconstruindo o machismo, o racismo e investindo na cultura da paz. Ou a gente faz isso, ou as futuras gerações estarão comprometidas”, finaliza.
fonte: g1acre