Casal trabalha em parceria com a Marinha e viagem registrando os atendimentos nas comunidades carentes — Foto: Arquivo/Renato Rocha Miranda
Renato Rocha Miranda está em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, em uma aventura pioneira e desafiadora: tirar fotos usando apenas o celular. A ideia é parte da Expedição Brasil Gigante, que percorre estados brasileiros para registrar as belezas, dificuldades, necessidades e o cotidiano das populações.
A viagem e trabalho são feitos em parceria com a esposa de Miranda, Alessandra Marques.
Fotos são feitas exclusivamente com celulares sem uso de equipamentos mais sofisticados — Foto: Arquivo/Renato Rocha Miranda
O objetivo é mostrar o Brasil pelas lentes dos celulares sem usar câmeras fotográficas de última geração, lentes super potentes, programas de edição e outros acessórios que ajudam a captar boas imagens.
O casal chegou ao estado acreano no início do mês com o navio-hospital da Marinha, que leva atendimento médico, social e assistencial para comunidades ribeirinhas e de difícil acesso. O casal também trabalha tirando fotos das equipes médicas em uma parceria com as Forças Armadas.
“Toda expedição, organização, contato, tudo é feito com celulares. Não estou usando câmeras, lente, programas de edição, photoshop e nem laptop. É tudo por celular. A ideia também é documentar o trabalho social que a Marinha faz tanto aqui no Acre como no Brasil todo, mostrar como fazer boas fotos com o celular através de viagens pelo Brasil”, destacou.
Expedição Brasil Gigante mostra cotidiano dos moradores do Vale do Juruá — Foto: Arquivo/Renato Rocha Miranda
Expedição de um ano
A expedição é feita em fases e começou em setembro do ano passado. Do Rio Janeiro, o casal viajou até Manaus, depois percorreu a Ilha de Marajó, no Pará, na primeira fase. Durante a primeira etapa foram percorridos 6 mil quilômetros de rio.
A segunda fase é viajar pelo Rio Juruá e seus afluentes visitando as comunidades e cidades que ficam às margens.
Após o Acre, Renato Miranda vai visitar a ilha de Trindade, arquipélago no estado de Pernambuco e também o Sul do país. Essas viagens serão feitas também em parceria com a Marinha.
Renato explica que as fotos da expedição, que é um trabalho particular, nem sempre são feitas em viagens com a Marinha.
Fotos dos atendimentos da Marinha no navio-hospital também são feitas com celular — Foto: Arquivo/Renato Rocha Miranda
“A gente pode ir além, em outros locais, onde ela está, mas está contida na expedição. A ideia das viagens é mostrar todo trabalho social, de proteção, patrulhamento que a Marinha faz. Mas, isso não impede de a gente ir para lugares onde ela não esteja”, destacou.
Os registros da Expedição Brasil Gigante vão ser feitos até setembro deste ano, quando completa um ano do início do projeto. As fotos são divulgadas nas redes sociais de Renato.
“Não queria fazer um projeto de viagens como os outros, você liga a internet e tem milhares mostrando só pontos turísticos e lugares bonitos. Queria mostrar um lado mais humanitário, tem contato com as pessoas. Será que o Brasil não poderia ser mostrado de outra forma sem ser turística? Que tal se a gente fazer isso uma forma poética, delicada através da fotografia”, contou.
Viagem pelo Vale do Juruá
Renato e Alessandra ficam no Acre até o mês de março. A cidade de Cruzeiro do Sul, a segunda maior do estado, é a base da viagem. O casal e a Marinha vão viajar também até Marechal Deodoro, Porto Walter, Rodrigues Alves e Mâncio Lima.
“Depois descemos atendendo outras comunidades que não foram atendidas na subida do Rio Juruá. O navio fica sempre em Cruzeiro do Sul, até maio. Íamos ficar até essa data, porém, saímos daqui no dia 10 de março, mas pintou essa viagem nova para fazer e vamos nos antecipar. É uma pena porque queria ficar aqui”, confessou.
Cotidiano dos moradores do Vale do Juruá é registrado em expedição — Foto: Arquivo/Renato Rocha Miranda
Nessa próxima viagem, o casal segue para áreas de proteção ambiental onde a Marinha tem equipes trabalhando.
“Apesar de eu já ter viajado pelo mundo e Brasil todo, já tinha vindo para a Amazônia, mas não tinha ficado tanto tempo assim, e nessa longa estadia fomos recebidos de braços e sorrisos abertos. Aqui em Cruzeiro do Sul a gente estava programando ficar um mês, um pouco mais, mas já queremos ficar os quatro meses da expedição tamanha é a receptividade e calor humano, a alegria do pessoal. Tive uma recusa de fotografar uma pessoa, que não entendeu bem a ideia, mas está sendo um prazer absurdo e já me sinto quase um acreano”, afirmou o fotógrafo.
fonte: g1acre