Em tempos de mensagens instantâneas e chamadas de vídeo a um clique, parece contraditório que o contato humano ande tão escasso. Uma frase comum nos dias de hoje tem resumido o distanciamento entre amizades, colegas e até familiares: “Já te ligo, meu amigo!”
O problema não está na falta de tempo — todos vivemos rotinas atribuladas — mas sim na falta de prioridade. A desculpa do “muito ocupado” ou “sem tempo pra atender agora” tem virado muleta para relações frágeis, que se mantêm apenas por educação ou conveniência. O tal “te ligo depois” acaba, muitas vezes, sendo uma despedida disfarçada.
E o mais curioso é que vivemos conectados o tempo inteiro. Há tempo para rolar o feed, assistir vídeos curtos e reagir a postagens, mas não sobra nem dois minutos para responder uma mensagem com afeto ou retornar uma ligação que ficou no ar.
A verdade é simples: quem quer, dá um jeito. Quem não quer, dá uma desculpa.
A amizade, assim como qualquer relação, exige presença — não necessariamente física, mas emocional. Um simples “tô na correria, mas lembrei de você” pode significar muito mais do que uma ligação prometida que nunca chega.
Esse comportamento também revela algo mais profundo: a cultura do imediatismo e da superficialidade, onde o contato humano é trocado por respostas automáticas. Em um mundo onde a atenção virou moeda rara, lembrar do outro virou um ato de afeto quase revolucionário.
Portanto, se você costuma usar o “já te ligo” como resposta padrão, talvez seja hora de refletir: quantas amizades você deixou na espera? E quantas vezes você também ficou esperando uma ligação que nunca veio?
🟡 No fim das contas, quem lembra da gente… faz questão.
E a maior ligação que podemos fazer é a da consideração.
Se quiser, posso colocar isso em formato de post com imagem, vídeo ou arte acompanhando. Deseja?
