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Mãe acusa hospital de violência obstétrica após morte de recém-nascido no AC: ‘Sofri muito’

ByEdnardo

nov 18, 2021

Thalyta Rodrigues diz que seu primeiro filho morreu em decorrência da falta de oxigênio no cérebro devido demora em parto. Jovem diz que sofreu mais de uma hora para ter o bebê no Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia. MP-AC investiga caso.


Thalyta Rodrigues estava grávida do primeiro filho e diz ter sofrido violência obstétrica no hospital de Brasileia — Foto: Arquivo Pessoal

Thalyta Rodrigues estava grávida do primeiro filho e diz ter sofrido violência obstétrica no hospital de Brasileia — Foto: Arquivo Pessoal

A jovem Thalyta Karollyne Rodrigues, de 21 anos, está processando dois médicos e o Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia, interior do Acre, por violência obstétrica. A mãe afirma que houve demora para realização do parto. Segundo ela, o filho nasceu sem oxigênio no cérebro e morreu quase dois meses após o nascimento.

O bebê era o primeiro filho de Thalyta. A criança chegou a ficar 43 internada na UTI, foi transferida para o Hospital da Criança em Rio Branco e morreu após receber alta e ficar uma semana com a família em casa, no interior. Thalyta diz que os médicos falaram que o bebê ficou sem oxigênio na hora do parto e, devido à demora, sofreu asfixia.

Com isso, a criança teve encefalopatia hipóxico-isquêmica, quando falta fluxo sanguíneo no cérebro. “Houve negligência, se tivessem retirado [o bebê] e não tivessem feito eu sofrer tanto. Ela [médica] queria tirar o menino com as próprias mãos. A neuropediatra perguntou como foi meu parto e falou que ele [bebê] sofreu falta de oxigênio por causa da demora no parto. Foi um parto muito sofrido, sofri muito”, lamentou.

Ao g1, a direção do hospital disse que está se inteirando do assunto e que vai se posicionar posteriormente.

Parto

Thalyta conta que procurou pela primeira vez o hospital no dia 3 de junho sentido contrações. Ela estava na 37ª semana e ficou em observação na unidade. Algumas horas depois, ela foi liberada após os profissionais afirmaram que o bebê não estava pronto para nascer.

No dia 6 de junho Thalyta voltou à unidade de saúde com três centímetros de dilatação e sentindo mais dores. A mãe ficou internada e a equipe avisou que ela seria submetida a uma cesariana. Mas, ela foi levada para a sala de parto para esperar dilatar mais.

“Acho que ficamos de 40 minutos a uma hora na sala de parto. Não tinha dilatado tudo, estava com uns sete centímetros dilatados quando a bolsa estourou. A médica dizia que estava vendo a cabeça do menino, pediam para eu fazer força, o médico subiu em cima da minha barriga, me deram uma injeção para forçar e não saía. Ouviram os batimentos do neném e viram que estavam muito baixos aí correram para a sala de cirurgia”, relembrou.

O filho de Thalyta nasceu de uma cesariana, mas, segundo ela, a criança não chorou e estava com febre. Além disso, ela falou que o bebê precisou ser reanimado pelo médico.

“Ele nasceu muito doentinho, nasceu com febre, sem chorar e todo roxo. Lembro que a enfermeira colocou compressa nele e vi o médico reanimando ele, colocando a máscara de oxigênio, reanimou e ele quis chorar. Depois levaram ele para a incubadora. Falaram para a minha mãe que quis dar uma parada cardíaca nele”, contou.

Thalyta acredita que houve também negligência médica por parte da equipe que fez o parto. Ela foi até o Ministério Público do Acre (MP-AC) para que haja responsabilização pela morte do filho. O órgão instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso.

“Quero processar todos que estavam na sala naquele dia. Os médicos podiam ter feito a cirurgia e não fizeram”, criticou.

fonte: g1acre

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