ARTIGO
Mas cá entre nós, como explicar esse amor incondicional?
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Ela que foi incumbida pelo criador maior a função de mãe. Deus em sua infinita inteligência sabia o que estava fazendo, pois deu o amor que mais se aproxima dele: um amor puro, um amor que não se explica, se vivencia.
E 09 (nove) meses de espera… Talvez Deus tenha pensado: vou dar todo esse tempo para que tenham paciência do encargo que chega…
E são meses de expectativas, ansiedade, organização, desafios, mudanças…
E o grande dia chega, o dia do encontro, da ansiedade de ver a carinha do anjinho que chega, também é dia de choro, um choro inexplicável, talvez um choro de reafirmação da existência, da beleza da vida.
Inúmeras noites mal dormidas, fraldas, mamadeiras, idas ao médico…
E a dose de amor só aumenta, o sentido existencial da vida se preenche…
“Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra” (Barbosa Filho)
E Barbosa Filho tem razão. Mãe é uma figura humana travestida de anjo e guerrerismo com a assessoria do amor divino.
Mas cá entre nós, como explicar esse amor incondicional entre dois humanos?
A escritora Ágatha Christie define com maestria essa nossa pergunta, diz ela que:
“O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho”.
Vejamos a riqueza e a sabedoria contida nessa explicação. Vamos fragmentar em pedaços para compreender melhor…
O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo.
Nessa frase eu acredito piamente que seja o amor mais verdadeiro em sua riqueza de sentimento puro que mais se aproxima do Criador. É como se Deus desse uma “amostra” ou uma “pitadinha” do seu infinito amor por nós.
Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.
Aqui é lógica, onde existe amor verdadeiro e puro não há necessidade de lei. E como esse amor é infinito, a ousadia é apenas um detalhe… o amor com sua delicadeza e gentileza sempre vai achar um jeito de abrir o caminho, seja o obstáculo que aparecer.
E chega a hora da socialização, seja com a babá, na creche, na escolinha… o coração de mãe dispara em descompasso… uma ansiedade e angústia toma conta de seu coração…
E para finalizar nosso início com uma frase de Leonardo da Vinci que diz: As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.
E pensar nesse olhar de mãe e filho nos traz a ternura é o sentimento mais puro já visto.
Passada a fase inicial da criança, vamos para a fase adolescente e adulto que é o nosso meio.
Meio
E o grande amor da mamãe cresceu… virou mocinha ou mocinho…
E podemos dizer que a adolescência é uma espécie de “novo renascimento”, de uma etapa nova para as mães.
Mas como assim? Mamãe começa perder as rédeas para os novos amigos, as novas tecnologias, a rebeldia iminente…
Nessa etapa novos sentimentos invadem o coração de mãe, uma espécie de aperto no peito, medo, julgamento, culpa, instalibilidade
O período da adolescência passa e vem a fase adulta.
Uma definição de mãe de um adulto:
Mãe…
Teus braços sempre se abrem quando preciso um abraço. Teu coração sabe compreender quando preciso uma amiga. Teus olhos sensíveis se endurecem quando preciso uma lição. Tua força e teu amor me dirigiram pela vida e me deram as asas que precisava para voar. (Autor desconhecido)
Ah aquele abraço de mãe… único no planeta terra… é aquele que possui a fórmula química do amor… é aquele calor que parece que gruda na alma e fica como um perfume com fragrância divina.
Ela é a única que me entende, mesmo com o silêncio, num olhar… as vezes Deus resolve aprontar enviando a ela o dom da telepatia (adivinhar o que pensamos).
Lição… é aquela que vem direto do coração sem intermediários, direto da fonte. Quando a lição é dura, é aprendizado, onde o choro se exterioriza nosso sentimento de compaixão.
Aves e mães, que analogia magnífica dessa mãe natureza, ambas com grande desafio de fazerem seus filhotes a voar pelo mar da vida.
Fim
Como lei natural da vida, chegamos ao fim, inevitável que todos vamos passar.
Para encerrar esse texto, gostaria de contar uma historinha…
Dr. Rogério Brandão é médico oncologista do Hospital de Câncer de Pernambuco e trabalhava na oncopediatria.
Diz o Dr. Rogério: Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!
E continua: Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
— Tio, disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores… Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Mas Dr. Rogério Brandão resolve fazer uma pergunta:
E o que saudade significa para você, minha querida?
— Saudade é o amor que fica!
Em poucas palavras essa criança, que virou um anjo no céu, definiu muita coisa! Todo o carinho, zelo, ternura, educação e responsabilidade do início, meio e fim de uma mãe na sua existência.
É triste a partida de uma mãe, a saudade vai bater na nossa porta, mas o amor continua sempre, ah esse amor… amor eterno que ecoa na eternidade.
fonte: https://www.oaltouruguai.com.br/