Pesquisa da Fecomércio mostra que da população desempregada, 17,6% diz sequer lembrar de quanto tempo está sem emprega.
Pesquisa da Fecomércio afirma que quase 40% da população desempregada em Rio Branco desistiu de procurar emprego — Foto: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Quase 40% da população desempregada em Rio Branco desistiu de procurar emprego. O dado faz parte de um levantamento da pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Acre (Fecomércio-AC), em parceria com o Data Control Instituto de Pesquisas de Rio Branco. Divulgada esta semana, a pesquisa foi feita entre os dias 17 e 18 de dezembro e ouviu 400 entrevistados.
Conforme os dados, ao menos 50,5% da população de Rio Branco tem ocupação econômica. Da população desempregada, 39,2% não está mais procurando trabalho; 23,3% procura há, pelo menos, um ano e 25,1% procura há mais de um ano.
A pesquisa mostra ainda que, da população desempregada, 17,6% diz sequer lembrar de quanto tempo está sem emprego. No último ano, 10,8% experimentaram mudança de emprego, enquanto 67,8% continuam na mesma ocupação.
Ainda de acordo com os dados, com o aumento de 4,24% do custo da cesta básica de alimentos em relação ao salário mínimo atual, conforme última pesquisa realizada pela Fecomércio, apenas 28% da população demonstra satisfação quanto à suficiência da renda mensal para produtos de necessidades básicas e 11,5% demonstração imprecisão. Uma vez que 66,8% da população sobrevive com R$ 1mil e 23,3% com renda entre R$ 1mil e R$ 2mil.
A especialista em RH Raquel Albuquerque conta que o empreendedorismo é o que tem feito a procura de trabalho cair tanto no último ano.
“As pessoas viram o empreendedorismo crescer na pandemia e se encorajaram. Mas isso, de uma forma não tão boa, porque os sinais estão lotados, as pessoas não estão fazendo da forma correta, que seria abrir um meio, ir no Sebrae e fazer direitinho. Elas estão fazendo de qualquer jeito, e isso leva ao subemprego. Apesar de a carteira assinada não ser o futuro, isso que está acontecendo não é legal. O empreendedorismo que leva ao subemprego não é legal”, diz Raquel.
E para quem está em busca de novos conhecimentos para melhorar o currículo e aumentar as chances no mercado de trabalho a dica é qualificação. Desde cursinho de informática a ensino superior, a dica é procurar aprender.
“Hoje em dia você tem educação à distância a vontade, tem financiamentos do governo, então, hoje com R$ 190 reais você faz uma faculdade. O ideal para você estar no páreo com as outras pessoas é que você corra atrás. E tem muito financiamento bom, gratuito, é um direito nosso, tem que correr atrás da informação, não só da qualificação”, conta Raquel.
A especialista fala ainda que existem segmentos que se destacam no atual mercado de trabalho. Profissões voltadas para a sustentabilidade, como engenheiro de resíduos e consultor de energias alternativas estão entre as que mais crescem. Além de áreas já estabelecidas, como a saúde e qualidade de vida, recursos humanos e o direito. A área da tecnologia foi a que mais e se destacou nesse período de pandemia, profissões que utilizam o e-commerce e o delivery para atender as necessidades dos clientes.
Raquel Albuquerque acrescenta que as vagas existem, mas as pessoas devem se qualificar e procurar trabalhar sempre com o que gostam.
“Parece bem clichê, mas quando a gente é jovem a gente entende que temos que ganhar dinheiro e a gente amadurece um pouco e quer trabalhar com o que gosta. Mas a gente tem que saber fazer esse casamento, porque em uma hora ou outra vai fazer falta, ou vai fazer falta o amor ou vai fazer falta a grana, então, você tem que saber casar muito bem esses dois”, conclui Raquel.
Estagiária sob supervisão de Janine Brasil.
fonte: g1acre