Órgão municipal prevê que Rio Acre deve atingir a cota de alerta, de 13,50 metros, ainda em janeiro. Em fevereiro, manancial deve transbordar em Rio Branco.
Rio Acre mede 11,17 metros na capital e Defesa Civil se prepara para ampliar monitoramento nos bairros — Foto: Arquivo pessoal
O Rio Acre está acima dos 11 metros na capital acreana. Neste domingo (2), o manancial marcou 11,17 metros , 2,33 metros da cota de alerta, que é 13,50 metros. Com o avanço do nível, a Defesa Civil Municipal se prepara para ampliar o monitoramento nos bairros de Rio Branco.
A coordenação da Defesa Civil iniciou a monitoração nos bairros que são atingidos pelas águas do rio no início de dezembro. Até o final do ano passado eram 10 bairros monitorados. O Parque de Exposição Wildy Viana também já foi limpo para receber as famílias que forem desabrigadas por uma possível enchente.
“Em dezembro saímos de 4 metros para 11,26 metros, que foi a maior cota naquele mês. Continuamos com o monitoramento nos bairros e vamos ampliar agora em janeiro porque nossa previsão é de que ele possa até alcançar 16 metros e não são mais 10 bairros [atingidos], mas de 25 a 27 bairros na capital”, relatou o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, major Cláudio Falcão.
Na mesma época em 2020, o Rio Acre estava com 10 metros na capital acreana. Este ano, ele acredita que o rio deve atingir a cota de alerta ainda em janeiro e, possilvemente, vai transbordar em fevereiro.
“Teremos sim um transbordamento, é questão de tempo e temos que estar muito bem preparados para o socorro e auxiliar a comunidade”, acrescentou.
Bairros são monitorados pela Defesa Civil em Rio Branco — Foto: Defesa Civil Municipal
Chuvas
Falcão confirmou que choveu mais do que o dobro do esperado para todo mês de dezembro do ano passado.
Para todo o mês de dezembro eram esperados 262 milímetros de chuva e, até o dia 28 de dezembro, o acumulado de chuva já tinha ultrapassado 500 milímetros. “O mês de janeiro é esperado um pouco mais de chuvas. Em dezembro era esperado 262 e em janeiro 289 milímetros, mas isso pode ser superado”, destacou.
Além dos monitorados dos bairros, o major ressaltou que as equipes também fazem esse trabalhos nos municípios acreanos e nos países vizinhos pode onde o Rio Acre passa. “Isso vai dar noção para nós na antecipação no socorro. Estamos monitorando também o Riozinho do Rola e o Espalha, que têm muita influência sobre nosso nível. É um momento de tensão mesmo para nós”, finalizou.
Cheia em 2021
No início de 2021, a cheia do Rio Acre em Rio Branco chegou a atingir mais de 13 mil pessoas e deixou pelo menos 129 famílias desalojadas e outras 75 desabrigadas.
No dia 22 de fevereiro, o governador Gladson Cameli decretou calamidade pública em dez cidades do Acre. No mesmo dia, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o estado de calamidade nos municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves.
fonte: g1acre