Nesta quarta-feira (4), serão divulgados os resultados do Fomc (Federal Open Market Committee ou Comitê Federal de Mercado Aberto). As decisões do Fomc definem a taxa de juros dos EUA. As medidas valerão até, pelo menos, a próxima reunião do Fomc.
O mercado prevê que seja anunciado um aumento mais forte na taxa de juros dos Estados Unidos. Caso a estimativa seja concretizada, será a segunda elevação de juros no país estrangeiro em menos de dois meses. Diante desse possível reajuste, existe o objetivo de controlar a inflação.
Apesar de ser um reajuste dos juros dos EUA, os brasileiros também são afetados financeiramente pela medida. Para quem tem investimento no exterior, as ações na bolsa de valores podem ser afetadas por essas taxas de juros.
A estimativa de aumento monetário fortalece o aumento dos juros dos títulos da dívida pública dos EUA, os Treasures. Desse modo, a renda fixa norte-americana se torna mais atrativa em comparação às outras modalidades de aplicação.
Perspectiva sobre o possível aumento na taxa de juros dos EUA.
O analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, plataforma que conecta pessoas de diferentes países a oportunidades de investimentos, Rodrigo Lima faz algumas observações sobre a possível movimentação dos juros norte-americanos.
O especialista afirma que o mercado vem precificando aumentos de 50 bps. Ainda existem alguns membros mais ‘hawkish’ do Federal Reserve (Fed, o banco Central dos EUA) — como o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard — advogando elevações de até 75 bps.
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Em meio aos lockdowns da China e consequente queda de commodities, Lima acredita ser possível que a inflação seja menos pressionada. Com isso, nas próximas reuniões, o Federal Reserve poderá passar a ser menos agressivo no seu ciclo do aumento de juros.
No entanto, o analista lembra que o mercado de trabalho norte-americano está bastante aquecido. Assim, existe muito espaço para que o Fed suba as taxas de juros sem que isso cause ameaças de grandes níveis de desemprego nos EUA.
Segundo o analista, isso “vem se tornando uma grande demanda não apenas política em um ano em que temos ‘midterms’ nos Estados Unidos, mas também uma demanda vocal da população americana, especialmente dos mais pobres, mais afetados pela corrosão do seu poder de compra”.