Prêmio de R$ 500 mil vai ajudar a proporcionar mais conforto para avós e pais de Rafael Cunha. Professor vai investir o restante do dinheiro para, no futuro, estudar inovação em educação no exterior.
Por Alba Valéria Mendonça, g1 Rio
O professor Rafael de Andrade Cunha ganhou R$ 500 mil de prêmio e fama ao ser o primeiro a chegar à última pergunta do quadro “Quem quer ser um milionário”, do Domingão com Huck — Foto: TV Globohttps://372033a9abfd6f9e511bd9fb93e4a457.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
A fama e o prêmio de R$ 500 mil que o professor Rafael de Andrade Cunha, de 42 anos, conquistou no domingo (26) — ao ser o primeiro participante a chegar à pergunta do milhão no quadro “Quem quer ser um milionário“, do Domingão com Huck — não foram suficientes para fazê-lo perder a cabeça. Ao contrário.
Nesta segunda-feira (27), em entrevista ao g1, enquanto caminhava anonimamente pela rua, o “quase milionário” seguia focado em seu objetivo de proporcionar mais conforto à família e investir nos estudos.
“Estou recebendo muitas mensagens, de amigos e ex-alunos que não vejo há mais de dez anos. Estou impressionado com o grande alcance, com a repercussão. Estou vivendo até mais que meus 15 minutos de fama. Mas como falei no programa, meu objetivo é proporcionar mais conforto e paz aos meus avós e meus pais. Não perdi meu foco”, disse Rafael.
Em quatro anos de programa, Rafael foi o primeiro participante a chegar à última etapa do jogo de conhecimentos gerais, que tem prêmio máximo de R$ 1 milhão.
Ele não soube responder a última pergunta, que foi sobre a origem do nome bluetooth, e em vez de “chutar” e acabar retrocedendo ao prêmio de R$ 50 mil, optou por desistir e ficar com os R$ 500 mil.
“Eu realmente não tinha ideia da resposta. E o mais racional, naquele momento, que não tinha mais ajuda, era desistir. Desde o início do programa, meu objetivo era chegar o mais longe possível. Estava muito tenso, em estado de alerta, no início. Não queria passar vergonha de errar uma pergunta boba, por falta de atenção ou coisa assim. Gaguejava, falava devagar, absorvendo as palavras”.
“Conforme ia passando de fase, ia ficando mais confiante e me sentia confortável e meu discurso foi ficando mais fluido”, lembrou o professor, que lamentou ter desperdiçado uma ajuda em uma pergunta sobre novela, mas que ele realmente desconhecia.
Loucuras e excentricidades de “quase milionário” nem passam pela cabeça de Rafael. Ele disse que até pensou em quitar o financiamento do apartamento onde mora com a mulher Bruna, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Mas já desistiu da ideia.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Vou perder rentabilidade. Vou me dedicar a proporcionar mais conforto à minha avó paterna, que tem 100 anos, e ao meu avô materno de 90 anos, que vive na Região Serrana, que requerem cuidados especiais dos meus pais e da família. Poderia pensar em trocar de carro, mas não. Vou programar uma viagem de férias com minha esposa para comemorar o prêmio. Não vou sair gastando por aí. Eu sei o que não quero fazer”, disse Rafael.
O restante do dinheiro do prêmio, Rafael, que é diretor-executivo e professor de uma startup de educação e tecnologia, vai investir. A mais longo prazo, ele pensa em passar uma temporada no exterior para estudar inovação em educação.
Educação, aliás, é onde Rafael concentra todas as suas energias. Assumidamente nerd, ele diz que sempre gostou de aprender e considera a educação uma das coisas mais importantes para a evolução da sociedade. Formado em direito, optou por seguir em sala de aula. E de estudante, passou a professor.
“Posso dizer que tenho mais de 30 anos em salas de aula, sendo há 23 anos como professor”, disse Rafael que dá aulas de redação para candidatos ao Enem.
Ele conta que sua inscrição no programa foi feita pela mulher. Nada planejado. O casal estava assistindo ao programa, quando Rafael acertou a resposta de um participante que errou a penúltima pergunta. O professor gosta de acompanhar o programa de conhecimentos gerais.https://372033a9abfd6f9e511bd9fb93e4a457.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“Minha mulher falou, vou inscrever você. Mas a gente não tinha a menor pretensão. Achava que isso nunca ia acontecer. Ela fez a inscrição e três ou quatro dias depois a produção entrou em contato. Em quatro meses estava no programa”, contou.
“E fiquei muito satisfeito de participar de um programa que tem conhecimento como base. Como eu disse no programa, estudar mudou a minha vida. Estudar transforma a vida das pessoas”, disse o professor que vai continuar focado, trilhando o caminho dos livros.
fonte: g1acre