Um novo estudo, conduzido pela Universidade do Maine em parceria com a British Antarctic Survey, afirma que a perda de gelo na Antártida atingiu sua velocidade mais alta nos últimos 5,5 mil anos. Pela pesquisa, se esse ritmo continuar, o continente congelado poderá contribuir com cerca de 3,5 metros (m) do aumento do nível global dos mares.
A Antártida é constituída, basicamente, de duas imensas geleiras: Camada de Gelo da Antártida do Oeste e do Leste – ou, respectivamente, “WAIS” e “EAIS”. Por causa do avanço do aquecimento global, o lado oeste tem apresentado um ritmo de derretimento de gelo continental mais rápido que o normal – particularmente as geleiras de Thwaites e Ilha Pine, que estão mais vulneráveis.
O estudo mediu o nível do mar nessas duas regiões bastante expostas às mudanças climáticas, e concluiu que a água já vem subindo consideravelmente. A situação é considerada preocupante, considerando que Thwaites e Ilha Pine têm geleiras com, respectivamente, 192 mil quilômetros quadrados (km²) e 162,3 mil km².
“Essas taxas elevadas de derretimento do gelo podem ser um sinal de que essas artérias vitais da WAIS foram rompidas, o que leva ao fluxo acelerado de água para o oceano, algo potencialmente desastroso para o futuro do nível do mar em um mundo cada vez mais quente. A pergunta é: será que já é tarde demais para estancar essa hemorragia?” – indagou o co-autor do estudo, Dr. Dylan Rood, do Colégio Imperial de Londres, no Reino Unido.
O estudo completo está disponível no Nature Geoscience.