De acordo com Marilene Ferreira de Melo, tia de Raimundo Nonato de Melo, de 32 anos, ele era dentista e estava na capital acreana para fazer um curso. Ele estava hospedado na casa de Marilene, e disse a ela que chegaria na terça-feira (24), mas a aeronave apresentou problemas, e a viagem teve que ser adiada. Na quarta-feira (25), ele foi informado que o avião havia sido reparado, e embarcou. Ele voltaria a Eirunepé na mesma aeronave.

“O avião que ele vinha na terça-feira, estava com problema, e ele não veio. À noite, ligaram para ele perguntando se ele queria vir na quarta, e ele veio, porque disseram que estava perfeito. Como hoje era domingo, ele tinha que estar lá às seis horas, e disseram que o avião estava bom, ele foi. O avião já havia apresentado [problemas] em semanas anteriores”, relatou.

O advogado da empresa, Thiago Abreu, informou ao g1 Amazonas que o piloto e o copiloto eram treinados. Ao g1 Acre , abreu afirmou que não há registros de adiamento de viagens por conta de problemas com essa aeronave. O advogado disse que está a caminho de Rio Branco para prestar apoio a familiares das vítimas, e que deve disponibilizar posteriormente documentos que comprovam que não houve alteração em voos.

“Se teve adiamento de algum voo daquela localidade. Do dia 24 para 25. Não se trata da nossa aeronave, tampouco de nosso voo”, disse.

Segundo os registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave, um Cessna Caravan Modelo 208B, foi fabricado em 1993, tinha autorização para fazer táxi aéreo e certificado de aeronavegabilidade válido até agosto de 2024, e estava em situação regular.

Em nota, a A. R. T. Taxi Aéreo informou que a ocorrência está sob investigação das autoridades competentes.

Sobre a operação, a empresa disse que a aeronave envolvida era certificada para o transporte remunerado de passageiros e estava com todas as rotinas de manutenção em conformidade com as normas e regulamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A tripulação era devidamente habilitada pela ANAC, com todos os respectivos treinamentos em dia.

Informou ainda que foram disponibilizados psicólogos e assistência social para os familiares e providencia o translado dos familiares ao local do acidente.

Ainda de acordo com a tia, Melo tinha dois filhos. O mais velho morava em Manaus, e outra, de menos de um ano de idade, que morava com ele em Eirunepé. Segundo Marilene, Melo era uma pessoa alegre, e muito apegado aos pais.

“Ele estava aqui em Rio Branco fazendo um curso de implantes. Ele já tinha vindo três vezes, e iria passar o ano todo vindo. E ele era uma pessoa muito alegre, uma pessoa muito família, ele ajuda os pais dele. Ele tem um filho em Manaus e uma filhinha que não tem nem um ano, mora com ele. Infelizmente, aconteceu essa tragédia”, contou.

Segundo Marilene, uma irmã de Melo está vindo ao Acre para acompanhar os trâmites de liberação do corpo. A família espera que a empresa ART Táxi Aéreo garanta o translado do corpo para Eirunepé.

“A gente vai tentar fazer o reconhecimento e ver o que a empresa vai fazer, se vai levar o corpo dele para a casa dos pais dele, porque ele era de Eirunepé, nasceu e se criou lá, a gente está aqui para tentar reconhecer o corpo dele. A irmã dele está vindo amanhã”, finalizou.

Colaborou o repórter Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.

fonte: g1acre