Operação Candeeiro, que investiga fraudes na execução de contratos licitatórios para substituição de lâmpadas à vapor de sódio por lâmpadas de LED.
Polícia cumpre mandados em investigação que apura fraudes em contratos da iluminação pública em Rio Branco — Foto: Arquivo/Polícia Civil
A Polícia Civil cumpriu, nesta quarta-feira (4), 23 mandados de busca e apreensão durante a primeira fase da Operação Candeeiro, que investiga fraudes na execução de contratos licitatórios para substituição de lâmpadas a vapor de sódio por lâmpadas de Led e manutenção da rede de iluminação do Município de Rio Branco.
Nesta fase da operação foram cumpridos 10 mandados no Acre, nas cidades de Rio Branco, Brasileia e Epitaciolândia. Além do Acre foram cumpridos mais 7 mandados no Rio de Janeiro e outros 6 no Espírito Santo que resultou em duas prisões em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Foram apreendidos documentos, aparelhos telefônicos e dispositivos de informática, que devem ser analisados e comprovar ou não a existência de um grupo criminoso que teria sido montado para fraudar a execução dos contratos que iniciaram na gestão anterior e continuam vigentes.
O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da ex-prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, que iniciou o projeto, mas foi informada que quem deveria falar sobre o assunto seria o ex-secretário da Secretaria de Zeladoria da Cidade que era o ordenador de despesas. O G1 não conseguiu contato com Kellyton Carvalho até a última atualização desta reportagem.
“Os mandados, as ordens foram emitidos para que nós colhêssemos elementos informativos. É a primeira fase da operação e, neste momento, a Polícia Civil desencadeou o cumprimento destas ordens para buscar elementos que comprovem ou não essa investigação que temos em curso já há algum tempo”, disse o delegado geral de polícia, Josemar Portes.
A operação foi desencadeada após denúncias de possíveis fraudes, mas a polícia não especificou o teor das denúncias que foram feitas.
“A operação visa apurar fraudes e crimes contra a administração pública em contratos de permuta de lâmpadas na iluminação pública de Rio Branco e contrato de iluminação pública do município. Nosso objetivo é apurar essa denúncia que chegou desses dois contratos que têm estas empresas com o poder público municipal e, agora, depois de arrecadado material vamos fazer análise”, informou o delegado Pedro Resende.
De acordo com a polícia, ainda é cedo para detalhar, mas pode haver irregularidades na movimentação da verba, recebimento inapropriado ou mesmo a não prestação do serviço. “Ainda é cedo para afirmar especificamente, mas há indícios que podem envolver estas questões”, disse Portes.
Escavação foi suspensa nesta terça-feira (13) — Foto: Arquivo/Polícia Civil
Iluminação pública
Esta não é a primeira polêmica envolvendo a troca da iluminação pública da capital acreana. Em junho deste ano, a ex-prefeita de Rio Branco e atual secretária Estadual de Educação, Socorro Neri foi ouvida em audiência pública pela Câmara de Vereadores. Foram quase cinco horas de debate sobre o contrato de iluminação pública para instalação de lâmpadas de LED na cidade.
Além da ex-prefeita, participaram do debate os vereadores, o ex-secretário de Zeladoria, Kellyton Carvalho e o atual secretário, Joabe Lira. A audiência ocorreu devido a suspeita de irregularidade no contrato da iluminação.
Depois da audiência pública, a proposta de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que deveria investigar contratos foi encerrada por falta de votos dos vereadores.
Em julho, a polícia encontrou material tóxico e radioativo enterrado no aterro de resíduos sólidos da Rodovia Transacreana, zona rural de Rio Branco.
A Polícia Civil encontrou 663 reatores e 620 reles e 141 lâmpadas. O material encontrado foi enterrado no final do ano passado, mas a polícia e a Zeladoria do município não confirmaram se faz parte do material de troca de iluminação que ocorreu no final da última gestão, por lâmpadas de LED.
fonte: g1acre