O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (17/5), que “lamenta o poder aquisitivo dos servidores públicos”, em especial o dos militares da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A declaração foi dada durante a cerimônia de duplicação na BR-101 e conclusão de acessos à ponte sobre o Rio São Francisco, em Sergipe.
“Lamentamos o poder aquisitivo dos servidores públicos, mas tenho certeza de que brevemente isso será recuperado. Em especial [o da] nossa Polícia Rodoviária Federal [PRF], que está nos acompanhando neste momento”, afirmou o mandatário.
Frequentemente, o chefe do Executivo atribui a atual crise econômica às medidas adotadas em 2021 por governadores e prefeitos para conter o avanço da Covid-19 no país – como o distanciamento social, a qual Bolsonaro se refere como “política do fica em casa e a economia a gente vê depois”.
“Lamentamos a perda do poder aquisitivo por essas questões da política do ‘fica em casa e a economia a gente vê depois’ e também por causa de uma guerra lá fora, mas estamos voltando à normalidade”, completou.
Em janeiro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o Orçamento de 2022. De acordo com a publicação, o chefe do Executivo federal concedeu reajustes salariais a servidores públicos. A iniciativa custará R$ 1,7 bilhão.
A peça orçamentária, contudo, não definiu em seu texto quais categorias são beneficiadas ou como os recursos devem ser aplicados.
A ideia inicial do governo era direcionar os recursos para agentes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A equipe econômica, na época, manifestou-se contra a medida, sob o argumento de que a concessão de reajuste poderia gerar pressões de outros setores do funcionalismo.
Com a expectativa de que apenas forças policiais recebessem o montante, outras categorias reagiram, o que levou o governo a temer greve geral em pleno ano eleitoral, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará mais quatro anos à frente do Planalto.
Categorias como servidores do Banco Central, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) já mobilizaram movimentos para pressionar o governo.